quarta-feira, 25 de abril de 2012

ADILSON MARQUES FALA SOBRE O PROJETO HOMOSPIRITUALIS E DO III ENCONTRO DO FORUM DE EDUCAÇÃO, CULTURA DE PAZ E TOLERÂNCIA RELIGIOSA


Nos dias 21 e 22 de abril a cidade de Uberlândia/MG foi o palco do III Encontro do Fórum de Educação, Cultura de Paz e Tolerância Religiosa. 

Este evento é idealizado e organizado pelo Geógrafo, Mestre e Doutor em Educação pela USP, que também é Coordenador do projeto Homospiritualis, Adilson Marques.

O primeiro encontro aconteceu em São Carlos, em 2010 e foi um evento muito iluminado. Em 2011, o evento foi em Natal/RN.  E a cada ano o evento envolve novos grupos e vai criando uma rede pela paz e pela diversidade religiosa.

E para quem não pode estar presente nas palestras, publicamos aqui uma entrevista com Adilson Marques. Boa leitura!


Adilson, você vem fazendo um lindo trabalho de pesquisa abordando variados temas com o mote Cultura de Paz e Mediunidade, Tolerância religiosa. O que motivou a escolha de temas tão abrangentes, delicados e profundos?

No final do século XX, quando a UNESCO lançou o manifesto 2000, estimulando a difusão da Cultura de Paz, montei com alguns amigos o projeto Homospiritualis. Porém, particularmente, minha visão era de um antropólogo interessado na diversidade humana. Inclusive, eu me considerava ateu até 2001. Porém, entre os anos de 1999 e 2001, eu vivenciei algumas experiências insólitas. Eu andava na rua e luzes se apagavam; eu entrava em casa e algumas portas se abriam sozinhas. Teve uma vez que eu senti vontade de ir ao banheiro e quando fui me dirigir a ele, a luz se acendeu. Esses fenômenos mexeram comigo e quis entender. Nunca tive medo, pois sempre achei que para tudo existe uma explicação. E a primeira resposta que tive foi de um amigo professor de Tai Chi Chuan. Ele disse que meu "ki" estava desregulado. Se eu fizesse Tai Chi, o problema se resolveria. Porém, os fenômenos continuaram acontecendo. Depois, uma outra pessoa disse que eu tinha energia para doar e que precisar fazer algum curso como o de Reiki, Passe ou algo similar. 

Acho que foi em 2000 que fui fazer o curso de Reiki e gostei da experiência. Porém, quando eu quis fazer o curso para ser mestre de Reiki e que custava 5 mil reais, eu tive uma outra experiência bem curiosa. Na véspera do curso recebi a visita de dois rapazes. Eles queriam conhecer o projeto Homospiritualis. Depois de algum tempo, um deles falou que era médium e que foi ao meu encontro porque um "espírito" queria falar comigo e teria passado o meu nome e endereço. Achei aquela história muito estranha, mas levei adiante, para ver até onde iria a "brincadeira". Porém, assim que o rapaz incorporou, o ser que se manifestou através dele me falou várias coisas e uma me chamou a atenção. Ele disse que eu não precisaria fazer aquele curso para ser mestre de Reiki, pois ele poderia me ensinar tudo o que eu precisaria para enviar energia para as pessoas. Aquilo me desconcertou. O médium não sabia que, no dia seguinte, eu faria o tal curso. Aliás, eu não o conhecia. Por causa disso, eu aceitei fazer o curso com o suposto espírito e, durante dois anos, participei de reuniões mediúnicas aprendendo várias técnicas, que são as que formam o que eu chamo de Terapia Vibracional Integrativa (TVI), uma forma de Reiki sem símbolos e praticada em grupo. 

Depois disso, resolvi estudar a mediunidade e percebi como os médiuns eram estigmatizados, principalmente os que atuam na Umbanda. A maioria tinha vergonha de assumir que atuava na Umbanda para não serem perseguidos no trabalho, na escola etc. Tanto os evangélicos como os espíritas tendem a estigmatizar os umbandistas. Isso me fez pensar em dois projetos. O Mediunidade e Direitos Humanos, que realizamos durante toda a década da cultura de paz (2001 e 2010), para tratar a mediunidade como algo positivo, inclusive aquela praticada na Umbanda, e o Cultura de Paz e Mediunidade, realizado através de 7 pesquisas, todas transformadas em livros.

E, a partir de 2001, deixei de ser ateu, mas não acredito em um Deus punitivo que castiga sua criação ou que distribui prêmios aos seus protegidos. Acredito em uma força bondosa e amorosa que organiza o Universo através de uma lei perfeita, chamada pelos orientais de "karma", onde cada um só recebe o que necessita e merece, de acordo com o que planta em sua existência.

E no caso da tolerância religiosa, que sempre foi algo que via como necessária, mesmo quando era ateu, em 2010 eu descobri que tive uma encarnação na França em que fui um bispo católico e que, além de vários escândalos sexuais, me comprometi com a lei do karma devido à intolerância que eu manifestava, principalmente, com o protestantismo que se expandia pela Europa questionando vários aspectos do catolicismo dominante. Eu mandei matar muita gente naquela encarnação. Provavelmente, devo ter mandado queimar bruxas e devo ter perseguido outras formas de religiosidade. Enfim, só sei que nesta encarnação a ideia de tolerância religiosa sempre foi muito forte dentro de mim, mesmo na época em que me considerava ateu.

Adilson, como podemos acessar as informações de suas pesquisas e de seus trabalhos pelo Brasil, como a coleção de livros que você vem publicando?

Até o momento eu tenho 29 livros editados, a maioria abordando temas espiritualistas. Como até o momento não encontrei uma editora interessada em publicar meus livros, me pagando os direitos autorais, tive que bancar a publicação deles com meus próprios recursos. Isso dificulta muito a difusão dos livros, pois não tenho estrutura para fazer o livro chegar às livrarias ou bancas de jornais. Porém, em 2007, em uma reunião mediúnica, um espírito falou para eu divulgar os livros pela internet. No começo eu divulgava em lista de discussão, no orkut etc. E, em julho de 2009, passei a divulgá-los na forma de e-book, no site www.scribd.com/homospiritualis

Até o momento, já disponibilizei 58 documentos entre livros, artigos acadêmicos e outros. Dos 29 livros que editei tenho ainda 10 em catálogo, ou seja, tenho exemplares para vender. Eles normalmente são vendidos nos cursos e palestras que faço pelo Brasil afora. Mas acredito que se uma editora se interessasse em investir em meus livros, não se arrependeria. Em julho de 2012 o site onde divulgo os textos vai completar 3 anos no ar e já teve mais de 100 mil acessos. Ou seja, mais de 30 mil por ano. Imagino que é um número expressivo.

Adilson, como você avalia os resultados do III Encontro do Fórum de Educação, Cultura de Paz e Tolerância Religiosa em Uberlândia?

Acredito que agora encontramos uma forma ideal de organizar o evento. Quando ele foi criado, em 2010, foi para substituir um outro que chamávamos de encontro ecumênico de educação e cultura para a paz que organizamos em São Carlos de 2001 a 2010. Com o fim deste encontro, ficou um vazio no coração e aí veio o fórum, tendo como objetivo refletir sobre a tolerância religiosa e elaborar um plano de intervenção para aquele ano. 

A ideia é que o fórum aconteça no dia 21 de janeiro, que é considerado pelo Governo Federal como Dia de Combate à Intolerância Religiosas, mas que nós preferimos chamar de dia de promover a tolerância religiosa, pois acreditamos que as palavras possuem uma força grande e ser contra a intolerância é muito diferente de ser a favor da promoção da tolerância. No primeiro caso você luta contra alguma coisa, você não deixa de ser violento. E no segundo, você abraça uma causa, você age a favor e nunca contra. E no final de 2010, surgiu a ideia de fazer o fórum de forma itinerante. 

Em 2011 foi em Natal/RN e agora foi em Uberlândia, graças ao apoio do grupo xamânico Solar dos Pássaros. E não deve ter sido por acaso que o evento não foi possível de acontecer no dia 21 de janeiro, mas sim no dia 21 de abril. Por tudo o que aconteceu, tinha que ser próximo do dia dos índios. Neste fórum, o que os grupos participantes aprovaram foi uma união para ajudar os índios não-aldeados que residem em Uberlândia. Os índios querem fazer uma Oca, um local para que possam divulgar sua cultura. E o grupo topou esse desafio. Vamos ver o que vai acontecer a partir de agora.

Adilson, como foi sua experiência na Jornada Voo da Águia, conduzida pelo Xamã Léo Artese, no Espaço Luanda?

Não sei se eu estava cansado, porque viajei de São Carlos para Uberlândia na madrugada de sexta para sábado, mas só sei que o meu corpo estava muito cansado na hora da vivência. Ou seja, seria a segunda noite que passaria acordado, uma vez que ela aconteceu da meia-noite às seis, na madrugada do sábado. 

Porém, apesar do corpo pesado que me fez deitar no chão durante todo o processo, acredito que tive um desdobramento e fiquei acompanhado o que acontecia na chamada quarta dimensão. Eu acompanhava todas as evocações que eram realizadas pelo xamã e sentia no corpo o fluxo das energias e várias imagens. Por exemplo, em um dos momentos da prática, uma senhora passou por um ritual para descasar, ou seja, para limpar as energias de um casamento do qual havia terminado. Quando as evocações foram feitas, lembro de ter visto um portão muito branco e brilhante, mas que permanecia fechado. Durante o ritual, este portão se abriu e muitas guirlandas de flores começaram a cair do céu. E eu senti a energia dela sendo desbloqueada, como se ela estivesse livre para viver um novo relacionamento. 

E outro fato que me chamou a atenção foi quando um grupo com muitos homens se aproximou dos participantes e eles formaram um círculo em volta de todos. Estes homens usavam uma camisa verde e seguravam nas mãos bandeiras que eram verde de um lado e branco do outro. Dava para ver isso por causa do tremular delas. Eles ficaram um bom tempo e davam passes nas pessoas e faziam outras coisas que não sei explicar. E o curioso foi que um outro participante da vivência disse que também viu esse grupo e disse que eram da falange de São Benedito. É uma probabilidade. Enfim, eu gostei muito.

Um comentário:

  1. Ha algum tempo venho acompanhando o trabalho desse moço e acho maravilhoso o seu Trabalho
    PARABÉNS!

    ARI CAMARGO

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